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domingo, 11 de dezembro de 2011

Desejo

É estranho congelar frente as teclas como se algo gritasse dentro de mim e eu não conseguisse traduzir, transmitir.
E é sufocante como eu queria que chovesse em meu rosto e não há água. Não há água para aliviar, nem uma gota para desfazer os nós de poeira densa que entalam minha garganta.
E é angustiante a sensação de busca em algo que não se sabe o nome. De um caminho que não se sabe a direção ou a finalidade. De um céu ou um inferno talvez.
Não sei se é sensação ou falta de sanidade mental, talvez os dois. De qualquer forma eu encontrava guarita em algumas pequenas coisas que não me satisfazem mais. De certa forma, me drogando aos poucos, eu conseguia ser sã. Mas tudo o que era pequeno, lindo e simples deixou de ser tão apetitoso. Onde estão as pessoas boas? Não encontro mais ninguém que me orgulhe de ser humano. Onde estão meus pequenos versos? Não consigo mais escrever. Desisti de sentar na areia da praia como se não houvesse tempo, pois o próprio não me dá tempo de fazer isso. Onde estão a boa música e as boas companhias? Meus entorpecentes prediletos.
São tantas perguntas que nem faço mais, não indago mais, não pronuncio nunca... mas se refletem em mim... sinto.

Quero me resgatar e voltar a sorrir com a alma e a chorar da mais pura felicidade. Foi tão pesado o que a vida e as pessoas me proporcionaram que não sei se aguento o fardo. Que 2012 apague tudo isso e traga novos aromas e sabores que nunca sonhei desfrutar.

=)