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quarta-feira, 14 de julho de 2010

Autenticidade.

Ela era mais uma Barbie na prateleira
Sentada com os braços flexionados;
Com o sorriso estampado;
Com o cabelo dourado.

Como esboçar a mágoa?
Como deixar cair a lágrima?

Estaria ali pronta para outra brincadeira.

Pegam-na e jogam em baixo da cama;
Substituem-na;
Esquecem-a.
Foram- se os dez minutos de fama.

É sempre a mesma alegria quando chega outra por aqui.
Não há autenticidade entre elas
No final das contas vai ser o mesmo "esqueci"

Ela só queria um sorriso sincero;
Ser uma peça essencial do tabuleiro
E não olhar tantos reflexos por perto.

São tão iguais assim?
Todas elas?

A bonequinha não quer olhar para os lados
E ver o seu próprio rosto
Esboça o sorriso fabricado
Por dentro tanto desgosto.

E ela que acreditou no sorriso da menina
E nas palavras que ela dizia
"Seremos sempre amigas"
Infelizmente o "sempre" sempre termina.