Que posso fazer se nasci amarelo?
Se em mim a luz do sol reflete e transparece;
Nesse mundo de caras azuis?
Ai de mim que estou sempre em evidêndia
Olhares atentos e repreencivos
Como se em mim nunca brilhasse uma luz.
Os azuis são normais,
Perfeitos
Todinhos iguais.
Não há repreensão;
Sensura;
Ou humilhação.
Eles não são relaxados
Marcham em perfeita sintonia
São tão articulados.
Eu gosto de andar leve e falar com calma,
Não uso o uniforme porque o jeans me cai melhor.
Gosto de ir para a direita,
Mas não entendo porque todos pegam a estrada contrária.
O que eu fiz?
Solidão;
Repreensão;
Arrependimento? Nem sei quais são os meus erros!
Que deveria eu fazer a respeito de compensação?
Eu gosto de amarelo, mas esse mundo não me dá espaço
Andam;
Desviam;
Olham;
Esbarram;
Limpam o braço.
Espere um segundo! Eu...
Ahá! Já sei o que fazer.
(...)
E na tentativa de me enquadrar,
pintei-me como eles são.
Fiz-me como me querem.
No final das contas deixe de ser quem era;
E ainda não sou um deles...
O verde estampado em mim comprova que não posso me camuflar.