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sábado, 10 de julho de 2010

Lata de tinta.

Que posso fazer se nasci amarelo?
Se em mim a luz do sol reflete e transparece;
Nesse mundo de caras azuis?

Ai de mim que estou sempre em evidêndia
Olhares atentos e repreencivos
Como se em mim nunca brilhasse uma luz.

Os azuis são normais,
Perfeitos
Todinhos iguais.

Não há repreensão;
Sensura;
Ou humilhação.

Eles não são relaxados
Marcham em perfeita sintonia
São tão articulados.

Eu gosto de andar leve e falar com calma,
Não uso o uniforme porque o jeans me cai melhor.
Gosto de ir para a direita,
Mas não entendo porque todos pegam a estrada contrária.

O que eu fiz?

Solidão;
Repreensão;

Arrependimento? Nem sei quais são os meus erros!
Que deveria eu fazer a respeito de compensação?

Eu gosto de amarelo, mas esse mundo não me dá espaço
Andam;
Desviam;
Olham;
Esbarram;
Limpam o braço.


Espere um segundo! Eu...

Ahá! Já sei o que fazer.

(...)

E na tentativa de me enquadrar,
pintei-me como eles são.
Fiz-me como me querem.

No final das contas deixe de ser quem era;
E ainda não sou um deles...

O verde estampado em mim comprova que não posso me camuflar.