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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Abstrato

"Se o tempo cura todas as feridas, porque ainda lembramos do que nos fez sofrer?"
R.: Porque o tempo cura e não apaga. Rs. Simples assim, você supera, mas ela faz parte de você.


Engraçado como responder aos outros é extremamente mais fácil do que convencer a nós próprios.
Ainda dói, talvez sempre doerá, aqui dentro.
Eu enfrentei tantas situações constrangedoras essa semana, rs.
Eu literalmente caí na bebedeira! Rs. Isso não faz muito o meu estilo (ou alvez esteja começando a fazer desde que me quebraram em mil pedaços e eu não soube me reconstituir.
E isso foi o mais próximo que consegui me juntar ao longo do tempo. O mais próximo do "eu" que não reconheço mais). Entretanto eu não apontei o nariz para o chão, pelo contrário. Assumi a geniosidade que é a minha singularidade e fui viver! Olhares tortos ou indicadores em minha direção não estão me afetando tanto.

E aquilo ainda dói...

Não posso afirmar nada nesse universo de verdades que nunca serão absolutas.
A aula de Fisolofia/Antropologia veio a ser útil ao perceber que o ser humano NUNCA saberá responder o que é real.
E é bom perceber isso, é bom até mesmo 'aceitar' isso.
Não sei dizer se sou autêntica nessa ou na outrora carcaça que era.
Se sou mais digna ou mais coerente agora ou anos atrás...

Sei que aprendi algumas coisas, não são céticas nem dogmáticas
Vêm a representar um meio termo, talvez a coerência. Rs.
Sei lá, no popular posso dizer que tirei experiência das muitas situações dolorosas/embaraçosas/constrangedoras da minha vida, principalmente nas dolorosas.

Talvez seja isso, talvez a justiça que "tarda, mas não falha" seja mais uma invenção da humanidade
na tentativa de justificar um sofrimento injusto, ou esperar vingança por parte deles.
Talvez esse "não é justo" exista de fato, quem pode provar?

Enquanto formos serem pensantes, dotados de crítica e pensamento abstrato uma coisa será certa
A imagem da realidade projetada nas nossas mentes nunca, em hipótese alguma, será fato.

Por mais que eu queira acreditar na injustiça e na dislarecação dos meus sentimentos, que posso eu afirmar?
Que posso afirmar a não ser a dor que sentia e que ainda me arremete em algumas madrugadas.

E porque a superação e o fato de transcender não apaga simplesmente a memória? A dor marca, queima, arranha, desconfigura, suja... Ela sara, seca, limpa, mas ainda posso ver que já esteve em mim.